Juscelino Kubitschek deixou o poder em 31 de janeiro de 1961, já candidato a um novo mandado no palácio do Planalto. Desta vez, o enfoque seria a agricultura. Para isso, um novo plano de metas seria elaborado, voltado para o setor primário. João Goulart ocupava o poder em 1964, após a renúncia de Jânio Quadros e, naquele ano, a convenção do PSD homologou JK como candidato a presidência por 2848 votos.
Nessa época, empresários brasileiros estavam descontentes com o governo de Jango, assim como as Forças Armadas. Os setores conspiravam contra o presidente, até o golpe de estado deflagrado no dia 31 de março daquele ano. No primeiro Ato Institucional, as eleições para presidente foram suspensas e os direitos políticos poderiam ser suspensos pelo prazo de dez anos.
Nesse momento, era fato consumado que o novo presidente seria um militar. JK então resolve apoiar a candidatura do general cearense Humberto de Alencar Castelo Branco, que comprometeu-se em manter o calendário eleitoral de 1965 e dar posse ao eleito. Eleito, Castelo Branco não conseguiu manter o controle das Forças Armadas e acabou tendo como ministro da Guerra o General Costa e Silva.
Este recomendou a Juscelino que desistisse da candidatura, mas JK não aceitou e o presidente militar acabou caçando o mandato de senador do ex-presidente, sob influência do ministro. Na tribuna, antes de ser caçado, Kubitschek fez um discurso apontando que as injustiças e a crueldade cresceriam, mas o castigo viria algum dia. Após ser caçado apontou que a tirania se arrastaria por anos e levaria, inclusive, seus desafetos.
Com direitos caçados, JK refugiou-se na Espanha, após alguns dias no prédio da embaixada daquele país, no Rio de Janeiro. Esteve também em Paris, Lisboa e Nova Iorque. Se dizia castigado e com receio de morrer longe do Brasil. Esteve no país para prestar longos depoimentos e ainda para o velório da morte de sua irmã. Teve anistia em 1967, quando retornou.
Precisou ingressar na sociedade de um banco de investimentos para poder garantir o sustento e obteve bons negócios até a separação da filha Márcia, fato que o obrigou a deixar a sociedade. Passou a atuar na Revista Manchete, como escritor de artigos e resenhas. Com a instalação do AI-5, JK foi preso na saída de uma formatura, em que era paraninfo. Ficou dias em uma cela isolada e depois, em prisão domiciliar. Foi proibido de ir a Brasília, mas, em um dia de temporal, acabou entrando na cidade dentro de um caminhão Ford, de onde contemplou prédios que ainda não estavam terminados quando foi levado ao exílio.
Em 1972, comprou uma fazenda há 62 quilômetros da capital nacional e construiu uma casa projetada por Oscar Niemeyer e uma capela, nos moldes da que existia no palácio da alvorada. O dinheiro para isso veio de um empréstimo. Plantou soja, milho e café, mas deste último, não viu a primeira colheita. Tentou cadeira na academia brasileira de letras, mas por pressão dos militares, acabou derrotado.
Em 9 de agosto de 1976, surgiu na imprensa a notícia de que JK havia morrido em um acidente de automóvel na estrada. Entretanto, o ex-presidente foi localizado na fazenda. Disse que aqueles que o queriam matar ainda não haviam conseguido. Entretanto, a situação foi diferente no dia 22 daquele mesmo mês.
No Chevrolet Opala quatro portas, ano 1970, estavam JK e o motorista Geraldo Ribeiro, quem conduzia o ex-presidente desde que era prefeito de Belo Horizonte, em 1940. A versão dada na época relata que, no quilômetro 165 da Via Dutra, um ônibus atingiu o Opala por trás. O veículo perdeu o controle, atravessou o canteiro central e bateu de frente em uma carreta. O Chevrolet ficou completamente destruído.
Chegou-se a cogitar que a morte de Juscelino Kubitschek fora um atentado. Ele seria mais um da lista na suposta Operação Condor, um movimento das ditaduras sulamericanas para eliminar lideranças políticas influentes, numa época em que a democracia estaria retornando aos países.
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